Lançada em 1999, a música Anna Júlia foi a grande responsável por colocar a banda Los Hermanos no cenário nacional. Hoje, quase 25 anos depois, o grupo - ainda que não esteja mais junto - continua sendo lembrado, principalmente entre a terça-feira de Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas. Quem, nos últimos dias, não ouviu, ou leu nas redes sociais, a expressão "todo o Carnaval tem seu fim"? O nome da canção que abre o segundo álbum do grupo foi repetido exaustivamente em todos os cantos do País na semana passada. Em Pelotas, porém, a frase ainda será repetida algumas vezes.

O que começou como um burburinho no início da noite da última sexta-feira virou oficial no sábado: o Carnaval de Pelotas foi adiado. Mais uma vez. Assim como já ocorreu em 2023, o desfile das escolas de samba do Grupo Especial, do grupo Mirim, dos blocos burlescos e das bandas ocorreria após a data reservada para a festividade no resto do Brasil. Estava programada para ocorrer entre os dias 15 e 17 de março. Conforme explicou o presidente da Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap), Edson Luís Planella, em matéria publicada na edição de ontem do DP, a falta da documentação que registra juridicamente a ata de sucessão de uma gestão para outra impossibilita que as escolas recebam os recursos públicos destinados ao evento. Por isso, a associação decidiu realizar o Carnaval nos dias 5, 6 e 7 de abril, depois da Páscoa.

Este episódio é apenas mais um triste lembrete de que o Carnaval pelotense, que em outros tempos já foi referência no Brasil, hoje se submete a ser coadjuvante das folias protagonizadas por outros municípios da região, atualmente liderados por São Lourenço do Sul, Jaguarão e Rio Grande (praia do Cassino). Seja atrasado ou mais atrasado ainda, fica a torcida para que os desfiles de abril possam resgatar um pouco da cultura da principal festa popular do País na nossa Princesa do Sul, que os carnavalescos vivam esses dias com o amor e a intensidade que eles merecem, e que esse Carnaval possa, afinal, ter um fim.